SAIBA MAIS SOBRE A DOENÇA DE PARKINSON

A lentidão nos movimentos e os tremores nas extremidades das mãos, muitas vezes notados apenas por amigos e familiares, costumam ser os primeiros sinais da Doença de Parkinson. Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1% da população com idade superior a 65 anos convive com o problema.

Neste Dia Mundial da Conscientização da doença (11 de abril), a coordenadora da Seção Técnica de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), Dra. Shaeanny Bianchini Cottar, esclarece as principais dúvidas sobre o tema nesta edição da coluna HSPM Responde.


O que é a Doença de Parkinson?

É uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva, causada pela diminuição da produção de dopamina, que é um neurotransmissor (substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre células nervosas).

Quais são os sintomas?
Os principais sintomas são lentidão (bradicinesia), a rigidez entre as articulações do punho, cotovelo, ombro, coxa e tornozelo, os tremores de repouso notadamente nos membros superiores e geralmente predominantes em um lado do corpo e, finalmente, o desequilíbrio.

É possível saber a causa da doença? Fatores genéticos ou hereditários têm influência?

Acredita-se que a principal causa seja a idade. Após os 60 anos, o risco de desenvolver Parkinson gira em torno de 2-4%, enquanto na população geral é de 1-2%.

Já foram identificadas algumas mutações genéticas que podem levar ao desenvolvimento da doença, as quais são raras e, quando detectadas, ocorrem em famílias com múltiplos casos da doença. Alguns fatores ambientais como o contato com químicos tóxicos, metais pesados e pesticidas podem levar a degeneração de neurônios produtores de dopamina.

Há uma faixa de idade onde o aparecimento do Parkinson é mais comum?
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos tem doença de Parkinson. No Brasil, a estimativa é de aproximadamente 200 mil pessoas com a doença. Nos Estados Unidos, onde existem dados por faixa etária, a doença afeta até 2% das pessoas com mais de 70 anos, mas vai se tornando rara conforme a diminuição da idade.

Como é realizado o diagnóstico? Quais exames necessários?
O diagnóstico é feito a partir do exame clínico, buscando-se sinais e sintomas da doença, e por exames complementares, como tomografia cerebral e ressonância magnética. Algumas vezes, com o objetivo de excluir outras doenças neurológicas que afetam os movimentos.

Existe tratamento para a Doença de Parkinson? Como funciona? Há cura?

Não tem cura, mas o tratamento deve ser multidisciplinar pra ajudar o paciente a manter uma melhor qualidade de vida. Dentre as opções estão: medicamentos para repor parcialmente a dopamina e outros para minimizar os efeitos da doença, até cuidados de fisioterapia, fonoaudioterapia, terapia ocupacional e psicologia.

Embora os medicamentos para a Doença de Parkinson possam ser usados para se melhorar à função motora, eles podem perder sua eficiência com o tempo, causar efeitos colaterais ou ambos. Além disso, conforme o problema progride, os níveis de medicação exigidos para o controle da função motora podem causar efeitos colaterais intoleráveis e indesejáveis. Em caso de pouca resposta a esses tratamentos, existem opções cirúrgicas capazes de minimizar os sintomas motores.

Há formas de prevenção contra a doença? Quais?
Não existe uma prevenção específica, mas pra grande maioria das doenças crônicas e degenerativas, manter uma alimentação saudável, praticar atividades físicas para redução da pressão arterial e dos riscos de diabetes, e evitar a exposição a pesticidas, herbicidas e produtos químicos como solventes, são as recomendações.